Inovação

06/08/2025 23:30h

Programa IEL de Educação Executiva Global leva lideranças brasileiras a uma semana de experiências na La Salle Universidad, com foco em inovação, transformação digital e conexões internacionais

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Empresários brasileiros ainda têm uma nova chance de participar da edição Barcelona do Programa IEL de Educação Executiva Global, promovido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL). As inscrições foram prorrogadas até o dia 8 de agosto (sexta-feira). A imersão será realizada entre os dias 29 de setembro e 3 de outubro, na La Salle Universidad, referência internacional em negócios digitais, design e inovação.

A edição Barcelona traz o tema “Conexão global e liderança conectada” ao programa voltado a líderes do setor industrial, comércio e serviços que atuam com as diretrizes da Nova Indústria Brasil (NIB). Durante cinco dias, os participantes terão acesso a workshops, mentorias e visitas técnicas a centros de excelência em inovação e transformação digital.

Entre os destaques da programação, estão experiências com especialistas da La Salle, ESADE, Acció e Barcelona Tech City, além de visitas a empresas como Danone e Nestlé. Na capital catalã, a Danone mantém seu primeiro centro tecnológico global, enquanto a Nestlé abriga o Centro Global de IT Hub, com mais de 600 profissionais dedicados à transformação digital da companhia.

Para a gerente de Carreiras e Desenvolvimento Empresarial do IEL, Michelle Queiroz, o Programa IEL de Educação Executiva Global desempenha um papel importante na formação de lideranças que acompanham as transformações do setor industrial, especialmente no contexto das diretrizes da NIB.

“Iniciativas como a imersão executiva em Barcelona formam líderes preparados para competir e colaborar em um mercado internacionalizado, onde conhecimento precisa ser aplicado com agilidade e propósito. Ao conectar orientações de carreira, contribuir para a empregabilidade e formação de alto nível com experiências globais, o IEL contribui para desenvolver líderes que pensem no local com mentalidade global”, afirmou a gestora.

Segundo ela, experiências internacionais são catalisadoras no desenvolvimento de líderes empresariais mais inovadores e conscientes das demandas globais. “Ao expor os participantes a contextos de excelência e instituições de referência, essas vivências ampliam a visão de mundo, promovem a troca com ecossistemas globais de inovação e estimulam a aplicação prática de conhecimento em suas realidades empresariais”, completou Michele.

Ainda de acordo com a gerente, a edição em Barcelona traz diferenciais importantes em relação à realizada anteriormente nos Estados Unidos, com atividades no Massachusetts Institute of Technology (MIT). “A edição anterior, que foi realizada no MIT, trouxe aprendizados valiosos sobre a importância da combinação entre tecnologia de ponta, liderança estratégica e visão de futuro. Essa experiência reforçou o valor de metodologias que integram teoria, prática e networking em ambientes de inovação de alto nível. Para a edição de Barcelona, o IEL incorpora esse modelo bem-sucedido, mas amplia o foco para temas como sustentabilidade, novos modelos de negócio e liderança em mercados europeus”, destacou.

A edição faz parte da trilha de Educação Executiva Global, promovida pelo IEL em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Boston Innovation Gateway (BIG). Antes da viagem, os selecionados terão acesso a webinars preparatórios e conteúdos exclusivos de formação executiva. Ao final da imersão, recebem certificado internacional e participam de mentorias estratégicas para adaptar os aprendizados ao contexto brasileiro.

Os empresários interessados em expandir fronteiras, liderar com propósito e acelerar a cultura de inovação de suas organizações, podem acessar o Portal da Indústria para fazer a inscrição no Programa IEL Educação Executiva Global.

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31/07/2025 03:00h

Programa conecta técnicos, graduados, mestres e doutores a empresas interessadas em desenvolver projetos nas áreas de tecnologia e inovação

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O Instituto Euvaldo Lodi (IEL) está com 167 vagas abertas em todo o país para o programa Inova Talentos, iniciativa que conecta profissionais qualificados a empresas interessadas em desenvolver projetos de inovação e tecnologia. As bolsas podem chegar a R$ 12 mil mensais, dependendo do nível de formação e da complexidade do projeto.

A superintendente nacional do IEL, Sarah Saldanha, destaca a importância estratégica do programa Inova Talentos para aproximar a academia do setor produtivo. “O programa Inova Talentos é um dos principais mecanismos disponíveis à inovação no país. É utilizado por grandes empresas brasileiras que lideram o processo de inovação no Brasil. Os bolsistas trazem conhecimentos atuais, aplicam metodologias inovadoras, têm um olhar sobre o avanço tecnológico e podem contribuir para a competitividade da empresa”, ressalta.

As oportunidades são voltadas para técnicos, graduados, mestres e doutores das áreas de engenharia, administração, biotecnologia, ciência de dados, sistemas de informação, entre outras. O objetivo do programa é fomentar o ecossistema de inovação brasileira, ao mesmo tempo em que contribui para a formação prática de profissionais altamente qualificados. A seleção dos bolsistas é feita de acordo com os requisitos de cada projeto e o perfil técnico do candidato.

Inova Talentos: experiência de bolsista

Ryan de Souza ingressou no programa Inova Talentos como estagiário do bacharelado em agronomia, há aproximadamente seis meses, e atua na Suprema Máquinas Concessionária Case IH, em Alta Floresta (MT). Ele é assistente e realiza todo o acompanhamento e monitoramento da frota de máquinas da concessionária.

O bolsista mostra como o programa impacta a sua trajetória profissional. “O Programa Inova Talentos é um projeto de grande importância, que tem sido fundamental. Tem dado todo o suporte e apoio necessário, oportunidade de estar ingressando em uma grande empresa e com uma grande responsabilidade de buscar novos talentos para o mercado de trabalho”, afirma.

Ele orienta aos novos participantes a aproveitarem a oportunidade que o programa oferece. “Criem um network e dediquem-se ao máximo. Isso pode ser o que vai transformar a sua vida no mercado de trabalho e na sua jornada futura”, aconselha.
 

Inova Talentos: oportunidades em destaque

Entre as empresas que oferecem oportunidades para bolsistas atuarem em projetos de inovação e tecnologia no programa, destacam-se a seguintes:

● General Motors do Brasil
Modalidade: Remoto
Perfil: Bacharel em Ciência da Computação, Engenharia de Software ou áreas correlatas
Projeto: Manufatura inteligente com foco em ingestão, transformação e integração de dados de chão de fábrica
Bolsas: De R$ 7 mil a R$ 12 mil, conforme a especialidade
Carga horária: 40h semanais
Duração: 12 meses

● Globe Química LTDA
Modalidade: Presencial
Perfil: Técnico em Química, graduado em Química ou Farmácia, mestre em Química Orgânica
Projeto: Otimização de produtos farmacêuticos, atualização regulatória, aumento de rendimento, redução de custos e expansão de mercado
Bolsas: De R$ 2 mil a R$ 4.200
Carga horária: 40h semanais
Duração: 12 meses

● Companhia Brasileira de Alumínio
Modalidade: Híbrido
Perfil: Doutores ou Doutores Tecnológicos em Ciência da Computação, Engenharias, Sistemas de Informação, TI ou áreas afins
Projeto: Revisão e implementação da arquitetura de dados 2.0
Bolsa: R$ 11 mil
Carga horária: 40h semanais
Duração: 12 meses

● Whirlpool S.A.
Modalidade: Híbrido
Perfil: Graduados em Engenharia
Projeto: Otimização dos processos logísticos externos, com foco na redução do lead time
Bolsa: R$ 3.500
Duração: 12 meses

O Inova Talentos é uma parceria entre o IEL, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que já promoveu a inserção de milhares de profissionais em empresas de diversos setores. Os participantes atuam por tempo determinado em desafios reais do setor produtivo, com orientação de especialistas e supervisão técnico-científica.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas diretamente no site do programa. Para conferir as vagas disponíveis e se candidatar, acesse a página do Inova Talentos, no Portal da Indústria.

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23/07/2025 04:00h

Movimento da CNI e do Sebrae tem apoio da FIESC e vai conectar atores do setor produtivo e tecnológico locais; confira datas e locais

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A Jornada Nacional de Inovação da Indústria chega aos municípios de Joinville e de Criciúma nos próximos dias 29 e 30 de julho, respectivamente. Iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o evento busca mapear desafios, revelar soluções e impulsionar conexões em torno das transições ecológica e digital. A meta é percorrer todas as regiões do país ao longo de nove meses e apresentar o resultado do trabalho no 11º Congresso de Inovação da Indústria, previsto para março de 2026. 

De forma gratuita, estão convidados a participar lideranças empresariais regionais, gestores de Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) e de Parques Tecnológicos, empresas de base tecnológica, investidores, assim como governo local e organizações nacionais ou internacionais. O objetivo é promover a articulação do ecossistema de inovação em torno dos temas inteligência artificial, economia circular, transição energética e deep techs – startups baseadas em descobertas científicas com alto potencial de impacto.

O diretor de Desenvolvimento Industrial, Tecnologia e Inovação da CNI, Jefferson Gomes, explica que a Jornada foi criada para conhecer inovações tecnológicas com identidade regional, promover diálogos e experiências inspiradoras e, com isso, tecer uma grande rede de inovação brasileira. “O diferencial do movimento está na capacidade de mapear e articular, de forma integrada e colaborativa, os diversos atores do ecossistema em cada território, conectando desafios reais da indústria a soluções concretas.”

Para José Eduardo Fiates, diretor de Inovação e Competitividade da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), é hora de refinar as práticas de inovação e sustentabilidade. “A inovação, apesar de ter se tornado muito popular nos últimos anos, ainda não foi totalmente compreendida pelas empresas e pela sociedade. A popularização simplificou o conceito. Inovação não é simplesmente uma novidade. É uma vantagem competitiva nos mercados nacional e internacional, por meio do uso intenso de conhecimento de ciência e tecnologia”, afirmou o diretor.

Deep techs, transições ecológica e energética, sustentabilidade e inteligência artificial são temas contemporâneos, fundamentais para a internacionalização das indústrias brasileiras, na avaliação de Fiates. “Já estamos na fase de superar o porquê e partir para o que tem que ser feito, como tem que ser feito”, disse o diretor da FIESC.

Entre o público integrante da Jornada de Inovação da Indústria, Fiates destaca as empresas, como grupo finalístico estratégico. “O processo de inovação acontece nas empresas, são elas que levam esse conhecimento científico-tecnológico aplicado na forma de produtos e serviços que são competitivos resultando em arrecadação, receita, PIB.”

Jornada Nacional de Inovação da Indústria em SC

- 29/07 - Joinville - Instituto SENAI-SC de Inovação em Sistemas de Manufatura, Rua Arno Waldemar Döhler, 308 - Santo Antônio;
- 30/07 - Criciúma - Centro de Inovação de Criciúma (CRIO), Rua Henrique Lage, 666, Centro.

Considerada a capital brasileira da agroindústria, Chapecó foi a primeira parada da Jornada em Santa Catarina. O encontro ocorreu no último dia 14 de julho. Representantes das empresas WEG, Kellanova, Zagonel e Aurora Coop compartilharam experiências de inovação e sustentabilidade

Além dos encontros locais, o estado catarinense também sediará o Encontro Regional Sul, nos dias 11 e 12 de setembro, em Florianópolis. A capital será ponto de convergência das iniciativas dos três estados da região.
 

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22/07/2025 04:25h

Nova chamada da Aliança Educacional 2025 busca iniciativas com soluções em IA, realidade imersiva, simuladores e laboratórios virtuais

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O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) lançou uma nova edição da chamada Aliança Educacional, que vai investir até R$ 2 milhões em projetos inovadores de educação profissional. Startups brasileiras de base tecnológica, em parceria com unidades da instituição, poderão submeter propostas até o dia 8 de setembro, por meio da Plataforma Inovação para a Indústria.

A iniciativa tem como foco tecnologias educacionais emergentes, como simuladores industriais, laboratórios remotos, inteligência artificial e ambientes imersivos, capazes de transformar o ensino técnico e superior, conectando ainda mais os estudantes com as exigências do mercado de trabalho.

Aliança Educacional: Inovação que transforma a aprendizagem

Para a coordenadora do Instituto SESI SENAI de Tecnologias Educacionais, Juliana Gavini, a iniciativa reforça o compromisso histórico do SENAI com a modernização da educação. “O SENAI tem mais de 80 anos de história e sabe a importância de continuar a inovar. Um programa como a Aliança Educacional tem um papel muito interessante de trazer os parceiros, trazer as startups que estão com novas ideias. A gente é uma grande rede, sabe que tem diversos desafios e certamente a inovação aberta é um caminho muito interessante para acelerar esse processo, buscar soluções de mercado e estabelecer parcerias duradouras e sólidas”, avalia.

Juliana destaca que o ciclo 2025 da chamada tem um desafio central de ampliar o desenvolvimento de competências industriais por meio de soluções tecnológicas aplicadas diretamente à prática profissional. Entre as prioridades estão simuladores, laboratórios virtuais, kits didáticos, games e desenvolvimento de hardware para educação. “A gente quer aplicações em vários setores industriais. Antes da prática profissional, dentro da operação industrial, é importante que esse aluno desenvolva as competências necessárias para essas atividades. E isso acontece dentro do espaço do curso, dentro do desenvolvimento técnico que ele vai construir ao longo da sua jornada formativa”, afirma.

Aliança Educacional 2025: Tecnologias inovadoras

A chamada contempla cinco frentes tecnológicas:

  • Simuladores industriais: recriam ambientes como linhas de produção, painéis de soldagem ou operações elétricas para que o aluno possa treinar em situações realistas, mas com segurança e menor custo;
  • Laboratórios remotos: permitem a realização de experiências práticas via internet, ideal para cursos a distância ou híbridos;
  • Jogos educacionais e gamificação: combinam aprendizagem e interatividade para aumentar o engajamento;
  • Realidade aumentada e virtual: simulações imersivas em 3D que trazem o “chão de fábrica” para dentro da sala de aula;
  • Soluções figitais: integração entre recursos físicos e digitais para melhorar a experiência do aluno.

Aliança Educacional: uso de IA para mapear competências

Um exemplo prático de projeto contemplado na edição anterior da chamada é o “Trilha de Formação Profissional para a Indústria 4.0” da CertifikEDU, startup mineira de microcertificações com blockchain e inteligência artificial. A iniciativa foi desenvolvida em parceria com o SENAI Centro 4.0, em Minas Gerais, e usa inteligência artificial para identificar quais competências faltam aos alunos de cursos técnicos.

“O apoio que o SENAI tem nos dados como startup, para estruturarmos também, pensarmos o modelo de negócio, a forma de atuação, é também um momento de mentoria, um momento de orientação, que nos ajuda a acreditar e investir no nosso desenvolvimento”, afirma Luciano Sathler, CEO da CertifikEDU.

A plataforma da startup cruza dados dos programas dos cursos com o desempenho dos alunos para sugerir trilhas de formação personalizadas, como cursos livres ou de formação inicial e continuada (FIC), também oferecidos pela instituição. “O foco são cursos técnicos e os resultados que nós temos tido até agora já passaram pela primeira entrega, criar o relatório de UX - User Experience, User Interface e nós já estamos trabalhando todo o desenvolvimento para melhorar a plataforma, tendo em vista as observações do nosso público-alvo, especialmente adolescentes, jovens e adultos que buscam também ‘pivotar’ a sua carreira”, completou Sathler.

O CEO reforça que programas como a Aliança Educacional são essenciais para fomentar o ecossistema de inovação no Brasil. “Ser um programa de inovação aberta tem um fundamento, que é valorizar o que nós temos no Brasil e dar espaço para que empreendedores brasileiros possam crescer nesse universo fantástico”, pontua.

Aliança Educacional 2025: Como participar

A chamada está aberta para startups de todo o país, desde que associadas a uma unidade do SENAI. A seleção será dividida em quatro etapas, com previsão de até oito projetos contemplados. Além do recurso para o desenvolvimento dos projetos, as startups selecionadas receberão mentoria da rede SENAI, capacitação, acompanhamento estruturado e outros benefícios.

As inscrições e o regulamento geral da Aliança Educacional 2025 estão disponíveis no site da Plataforma Inovação para a Indústria, até 8 de setembro.

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19/07/2025 00:30h

Professor Luciano Meira aponta IA como “cisne vermelho” da educação durante o evento CONECTA – Escola do Futuro, promovido pelo SENAI; para ele, docentes devem atuar como curadores de conhecimento e relacionamentos afetivos como centro do processo de aprendizagem

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As tendências e desafios educacionais para os próximos anos foram tema da palestra do professor de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco e doutor em Educação Matemática, Luciano Meira. Ele destacou a Inteligência Artificial (IA) como um dos grandes vetores de transformação da educação no encerramento do CONECTA – Escola do Futuro, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), na última quinta-feira (17), em Brasília. 

Para o especialista, a IA é um “cisne vermelho”, expressão usada para descrever fenômenos com impacto “profundo e inevitável” nas estruturas sociais, como a pandemia de Covid-19 ou o próprio surgimento da internet.

O professor apresentou os principais desafios de uma IA para a educação que considera complexos: 

  • Formação docente contínua e estratégias de relacionamento; 
  • Gestão da implementação; 
  • Foco na aprendizagem com qualidade e escala; 
  • Currículos adaptativos; 
  • Experimentação, pesquisa e compartilhamento de práticas; 
  • Desafios éticos e sociais; 
  • Engajamento dos estudantes; e 
  • Metodologia Game Based Learning (GBL) para avaliação, que é o aprendizado baseado em jogos.  

Para Meira, só haverá qualquer transformação na escola que centrar a educação na construção de relacionamentos afetivos e intelectuais entre estudantes e professores. “Para que isso aconteça e a IA, de fato, se torne um ambiente de plataforma transformacional, a gente vai precisar rever toda a formação inicial e contínua dessa força docente, colocando professores e professoras numa posição de curadoria. Então, formação docente contínua e estratégias de relacionamento é a força prioritária de transformação digital, apoiada por um novo ambiente orquestrado a partir de IA generativa”, avaliou.

O professor mostrou também como a IA generativa pode prejudicar a aprendizagem. Ele mencionou um estudo realizado na Turquia com cerca de mil estudantes, divididos em três grupos, semelhantes do ponto de vista de demografia e experiência. Um dos grupos usou um chat GPT tutor, ou seja, treinado com práticas que os estudantes deveriam aprender. Outro grupo usou um chat GPT chamado de puro, ou seja, o da internet. E o terceiro grupo usou apenas livro didático. Segundo Meira, nenhum dos três grupos usava esses apoios para resolver o exame. Durante a performance, comparativamente, os estudantes que usaram o chat GPT tutor apresentaram performance 127% maior do que o grupo controle do livro didático e o grupo com o chat GPT puro, 48% maior.

Ele explicou que, no estudo, chamaram de performance o uso do instrumento e de aprendizagem, o resultado da prova, discordando com as definições. “Conhecimento é uma ‘co-construção’. Não é sequer uma construção, como queriam alguns psicólogos do desenvolvimento. Então, o foco é no desenvolvimento de competências e na produção de sentido. Portanto, a ênfase é no significado, não na lista. A gente tem que ter uma observação sobre como a gente engaja as pessoas, observando seu prazer e o propósito dessa experiência. E, finalmente, construir alguma forma de interação onde a gente promova autonomia, diálogo e a emergência de comunidades de aprendizagem”, analisou.

CONECTA – Escola do Futuro

Com transmissão ao vivo pelo YouTube, o evento reuniu educadores, gestores, startups e representantes da indústria para discutir os caminhos da inovação na educação básica e profissional. O encontro celebrou mais um ano de atuação do Instituto SESI SENAI de Tecnologias Educacionais e ampliou a visão sobre o papel das escolas na formação de jovens para um mundo em constante transformação. 

Entre os temas debatidos, estiveram:

  • O uso ético e pedagógico da IA generativa;
  • A formação docente continuada para lidar com novos recursos digitais;
  • A necessidade de currículos mais flexíveis, com foco em competências e não apenas em conteúdo;
  • A integração entre educação e indústria, preparando os estudantes para os desafios da Indústria 4.0.

O CONECTA faz parte da estratégia do SENAI de aproximar a educação profissional das demandas do mercado de trabalho, por meio da inovação, da tecnologia e do diálogo com diferentes atores sociais.

Para a coordenadora do Instituto SESI SENAI de Tecnologias Educacionais, Juliana Gavini, o evento foi um espaço de construção coletiva e colaborativa sobre o futuro da educação. “O CONECTA – Escola do Futuro foi um momento que reforça e ressalta uma das palavras que a gente mais acredita dentro do instituto, que é a colaboração. Foi um ambiente de construção, discussão de conceitos e avaliação, na perspectiva de vários pilares diferentes, como se dá, como se constrói, a escola do futuro”, afirmou. 

Juliana Gavini explicou que o Instituto trabalha com uma visão integrada e em estágios de amadurecimento das estratégias para essa escola em transformação, sob sete pilares: a educação presencial, a educação digital, o educador do futuro, o aluno do futuro, a infraestrutura da escola do futuro, o gestor da educação do futuro, o líder da educação do futuro e os processos de gestão para a escola do futuro. 

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18/07/2025 04:25h

Chamada nacional destina R$ 6,5 milhões para iniciativas em tecnologias como inteligência artificial, IoT e robôs autônomos. Projetos contemplam seis estados e prometem impulsionar a produtividade de MPMEs industriais

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O avanço da Indústria 4.0 está ganhando novos contornos no Brasil com o resultado da 2ª edição da chamada B+P Smart Factory – FINEP/2025, iniciativa conjunta do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), dentro do programa Brasil Mais Produtivo. Ao todo, 12 projetos foram selecionados e receberão R$ 6,5 milhões para desenvolver soluções tecnológicas voltadas à digitalização e automação de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) industriais brasileiras.

“Temos hoje grandes indústrias, têm fornecedores, tecnologias 4.0 para melhorar sua produtividade, sua eficiência, mas não é a realidade para as pequenas e médias indústrias. O Smart Factory vem no sentido de desenvolver negócios, empresas, soluções que vão poder fornecer e oferecer essas tecnologias para que essas micro, pequenas e médias indústrias também possam entrar nesse mundo da indústria 4.0, gerando mais produtividade, eficiência e sustentabilidade para os seus negócios”, explica o superintendente de Inovação e Tecnologia do SENAI, Roberto de Medeiros Junior.

As iniciativas contempladas vêm de seis estados, que integram a Plataforma Inovação para a Indústria e refletem a diversidade e o potencial inovador do país. Veja como ficou a distribuição dos projetos:

  • Ceará – 5 projetos
  • São Paulo – 2 projetos
  • Rio de Janeiro – 2 projetos
  • Bahia – 1 projeto
  • Paraíba – 1 projeto
  • Goiás – 1 projeto

Indústria 4.0: Como funcionam os projetos

Cada projeto selecionado precisa instalar, testar e avaliar suas soluções tecnológicas em pelo menos 12 MPMEs industriais. Algumas das iniciativas, no entanto, propuseram aplicações em escala maior, o que pode elevar o impacto da chamada para até 405 empresas atendidas diretamente em todo o país.

As soluções envolvem o uso de tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0, como:

  • Internet das Coisas (IoT): sensores e dispositivos conectados que coletam e trocam dados em tempo real para otimizar processos e prever falhas;
  • Inteligência Artificial (IA): sistemas capazes de aprender com dados e tomar decisões autônomas, aumentando a eficiência e reduzindo erros;
  • Cibersegurança: proteção digital de sistemas industriais contra ataques e falhas que possam comprometer a operação;
  • Robôs autônomos: máquinas com capacidade de operar sem intervenção humana direta, realizando tarefas repetitivas com precisão.

Indústria 4.0: Projeto selecionado

Entre os projetos selecionados no B+P Smart Factory – FINEP/2025, está o “Insight 4.0”, desenvolvido pela empresa cearense LiteMe em parceria com o Instituto SENAI de Inovação. O objetivo é integrar dados de produção com o consumo de utilidades, como energia, água e gás, para gerar indicadores inteligentes de desempenho industrial e aumentar a competitividade no cenário nacional. 

“Quando a gente leva os dados para o cliente, ele diz: mas eu estou gastando mais, por quê? Na verdade, ele está produzindo mais também. Então, a gente percebeu que o cliente precisa ver em relação ao que ele produz e quanto ele consome. Ele precisa saber se está gastando mais ou menos, mas correlacionado com outras informações. E daí surgiu o projeto”, explica o CEO da LiteMe e líder do projeto “Insight 4.0”, Eloi Rocha Neto.

A LiteMe já possui experiência no monitoramento e gestão de utilidades industriais, com dashboards e sensores próprios. Mas, segundo Eloi, faltava justamente essa camada de inteligência que relacionasse os dados de consumo aos indicadores de produtividade. “A principal inspiração é ajudar a indústria a entender, a correlacionar a informação, gerar informação útil, KPIs, para que tome decisões corretas”, afirma.

Para o CEO, iniciativas como a B+P Smart Factory são fundamentais para garantir que as soluções de inovação não fiquem só no papel. “É um programa excelente. Muitas vezes, quem está desenvolvendo a solução, a tecnologia, faz algo sem estar conectado, o que ele acha que é importante. Mas na hora que você está junto do SENAI, que conhece as dores dos clientes, das indústrias, e já viabiliza e potencializa a implantação dentro de um escopo de um projeto desse, em um conjunto considerável de indústrias, faz com que a gente faça a coisa certa e do jeito certo”, avalia. 

Indústria 4.0: impactos regionais e nacionais

O objetivo do B+P Smart Factory é aumentar a produtividade, a competitividade e a sustentabilidade de MPMEs, que representam a maior parte das indústrias no Brasil, mas ainda enfrentam desafios para acessar tecnologias de ponta. 

Além da capacitação tecnológica, a parceria SENAI e Finep promove a validação prática das inovações, criando um ciclo virtuoso de inovação aberta entre institutos de ciência e tecnologia, empresas desenvolvedoras e o setor produtivo. 

Dados recentes da CNI apontam que mais de 90% das indústrias brasileiras de pequeno e médio porte ainda estão nos estágios iniciais de digitalização, o que reforça a importância de políticas públicas e chamadas como a B+P Smart Factory.

“O que se espera é que nós tenhamos uma indústria nacional, seja micro, pequena ou média, mais competitiva tanto em âmbito nacional quanto em âmbito internacional também. Como nós estamos desenvolvendo essas empresas de tecnologia 4.0 que vão poder fazer e desenvolver para a indústria local, elas também vão poder exportar essas tecnologias. Logo, nós estamos pensando entrar mais forte na cadeia de valor tanto de produção quanto de inovação no mundo”, declara Medeiros.

Próximos passos

As soluções selecionadas na chamada deverão ser implementadas ao longo de 2025. A expectativa é que os resultados sirvam como modelo replicável para outros setores e regiões, contribuindo com o fortalecimento de uma cultura de inovação contínua no setor industrial brasileiro.

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17/07/2025 04:00h

Texto aprovado na Câmara dos Deputados permite uso de superávit do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para crédito via da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e aguarda sanção presidencial; para Indústria, aprovação representa avanço para a área

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A aprovação do Projeto de Lei nº 847/2025 pela Câmara dos Deputados, na última segunda-feira (14), pode representar um marco para o sistema de ciência, tecnologia e inovação no Brasil. A proposta, de autoria do senador Jaques Wagner (PT-BA), altera a Lei nº 11.540/2007, que regulamenta o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), e autoriza o uso do superávit financeiro do Fundo para a concessão de empréstimos.

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a medida é estratégica para impulsionar a inovação tecnológica, ampliar a competitividade da indústria nacional e gerar benefícios sociais, econômicos e ambientais. O texto mantém o limite estabelecido pelo Novo Arcabouço Fiscal de 2023, que permite utilizar até 50% do total previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) para operações de crédito com recursos do FNDCT. A novidade é que o projeto autoriza também o uso de recursos excedentes de anos anteriores para financiar projetos, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

A estimativa é de que cerca de R$ 22 bilhões em superávit possam ser destravados e direcionados a iniciativas voltadas à inovação e ao desenvolvimento tecnológico. 

A especialista de Desenvolvimento Industrial da CNI, Zil Miranda, reforça a relevância da proposta como vetor de transformação. Para ela, o projeto é uma vitória para o Sistema de Fomento e Inovação, por abrir possibilidades de ampliar os empréstimos às empresas para o desenvolvimento de soluções inovadoras. “Estamos falando de cerca de R$ 22 bilhões acumulados no Tesouro que passam a ter potencial de aplicação no desenvolvimento de tecnologias e de inovações no país. Então, essa é uma grande vitória. Há uma demanda represada por recursos e os próprios números da Finep nos sinalizam essa alta demanda”, destaca. 

Segundo Zil, somente em 2024, a demanda da Finep superou R$ 23 bilhões, com apenas pouco mais de R$ 14 bilhões contratados. “Mesmo se a gente considerar que parte desses projetos não estivesse apta a receber o financiamento, são cerca de 10 bilhões não atendidos. E certamente há nesse volume projetos que ficaram de fora, devido à oferta limitada de financiamento”, analisa.

Além da demanda elevada, a especialista ressalta que as taxas de juros praticadas pela Finep são mais baixas do que as do mercado, o que torna o financiamento ainda mais atrativo. “Criar essas condições, que são trazidas pelo PL para o aumento do volume disponível para empréstimo, sinaliza que estão sendo buscadas saídas para alavancar ainda mais o investimento privado em áreas relevantes para o país, conforme indicado na própria política industrial, a NIB (Nova Indústria Brasil)”, pontua.

ABDE comemora avanço e reforça impacto no setor produtivo 

A Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) celebrou a aprovação do PL e destacou que a liberação desses recursos representa um avanço significativo na agenda de financiamento ao desenvolvimento. Para a entidade, os recursos permitirão a ampliação de programas estratégicos, como o Inovacred, operado pela Finep em parceria com instituições financeiras do Sistema Nacional de Fomento, voltado ao financiamento de projetos inovadores em diversos setores da economia.

O diretor executivo da ABDE, André Godoy, destaca que a mudança permitirá crédito a cooperativas e empresas de todos os portes, em setores como indústria, agropecuária, saúde, tecnologia da informação, comunicação, química, energia e aeronáutica. “São recursos importantes que vão para projetos do Brasil inteiro. O Sistema Nacional de Fomento já opera os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico junto às empresas. Então, são instituições que já têm recursos humanos capacitados para poderem fazer análise de projetos de inovação, de curva tecnológica, todos os aspectos relacionados a um projeto dessa natureza”, afirma Godoy.

Ele lembra que o sistema já opera com recursos do FNDCT há mais de 10 anos e que a ABDE atua constantemente na capacitação e certificação dos agentes financeiros para garantir que os financiamentos de inovação gerem resultados efetivos para o país.

Além disso, Godoy destacou que a associação faz parte do Conselho Consultivo da FINEP. Segundo ele, essa participação pode estreitar os laços e identificar melhor as diretrizes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e da Finep na promoção da inovação no país.  “A atuação da ABDE nesse sentido foi fundamental para a aprovação desse projeto, para trazer clareza sobre os reais benefícios de investimentos dessa natureza e a nossa expectativa é que esses recursos possam fluir para a sociedade, para as empresas brasileiras, trazendo muito mais dinamismo econômico e produtividade para o nosso país”, conclui. 

A ABDE reforça que a proposta não apenas impulsiona a inovação, mas também contribui diretamente para o crescimento sustentável, o fortalecimento da base produtiva e a geração de empregos qualificados no Brasil.

Agora, o PL 847/2025 segue para sanção presidencial.

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07/04/2025 19:11h

Aparelhos foram apresentados pela primeira vez no maior evento mundial do setor de radiodifusão

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O secretário de Comunicação Social Eletrônica do Ministério das Comunicações, Wilson Diniz Wellisch, participou, na manhã do último domingo (6), em Las Vegas (EUA), da apresentação dos primeiros protótipos da antena e do conversor da TV 3.0. A demonstração foi conduzida pelo coordenador do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), Raymundo Barros, durante um painel na NAB Show — o maior evento de radiodifusão do mundo.

Ele também abordou uma das principais dúvidas a respeito do tema: o custo desses equipamentos para o telespectador. “Muito se fala em preços elevados, que vai encarecer demais a experiência de ver TV, mas é bom que, aqui, possamos desmistificar tudo isso”, complementou o secretário.

O presidente do Fórum SBTVD, Raymundo Barros, explicou que os custos serão acessíveis e não prejudicarão a experiência do telespectador. “Não pode ser caro no longo prazo — e não vai ser. Os primeiros produtos podem, sim, ter um custo um pouco mais alto no início, mas depois os preços caem rápido com a grande escala. A tendência é que os preços despenquem em um ano”, disse Raymundo.

O Fórum SBTVD é uma organização sem fins lucrativos que trabalha para desenvolver a TV digital no Brasil. A entidade foi criada em 2006 por meio de decreto presidencial e reúne representantes de empresas e organizações ligadas à radiodifusão.

A exemplo do que ocorreu na migração do sinal de TV analógico para o digital, existe a necessidade inicial de um conversor para usufruir da TV 3.0. A expectativa é que, futuramente, novos televisores já venham de fábrica com suporte a essa nova tecnologia.

Wilson Wellisch afirmou que o governo estuda a possibilidade de entregar os equipamentos gratuitamente para famílias de baixa renda.

TV 3.0

A TV 3.0 é um novo padrão que promete revolucionar a TV aberta, integrando totalmente os canais à internet. Não haverá mais canais numéricos, mas apenas aplicativos nos aparelhos. A migração será gradativa, com início nas grandes capitais.

A navegação será mais interativa e inovadora, feita exclusivamente por aplicativos, substituindo o sistema tradicional por números. Isso permitirá que os canais ofereçam, além do conteúdo transmitido ao vivo, opções sob demanda — como séries, jogos ou programas diversos.

A qualidade da imagem irá, no mínimo, quadruplicar. O padrão atual, com TV digital em Full HD, passará para 4K ou até 8K. Haverá mais informações por espaço, o que aprimora cor, nitidez e contraste, com o uso de tecnologias como HDR (High Dynamic Range). Com som imersivo, o telespectador terá a sensação de estar dentro do ambiente exibido na tela.

Com informaçõe do MCom

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11/03/2025 00:04h

Levantamento do INPI mostra que nenhum estado do Nordeste configura entre os dez primeiros colocados. Maranhão, por exemplo, mais uma vez amarga as últimas colocações

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Um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) revela que, de todas as unidades da federação brasileiras, São Paulo apresenta o melhor desempenho em relação à inovação. Entre 2014 e 2024, o estado paulista passou de um índice de 0,877 para 0,891 pontos, em um cenário onde a escala tem um valor máximo de 1 ponto. 

O economista chefe do INPI, Rodrigo Ventura, afirma que São Paulo lidera o ranking há pelo menos 10 anos. Segundo ele, só a capital paulista concentra mais de 60% dos investimentos nacionais, com mais de 2 mil empreendimentos voltados para a área de tecnologia, além de abrigar gigantes multinacionais.  

“Essa estrutura de inovação não se restringe à capital. Em São Paulo, existe o Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos. Também tem a Unicamp, que é referência; além de São Carlos, outra referência em desenvolvimento tecnológico na área de ciências agrárias. Por isso que, no IBID [Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento], São Paulo é líder nacional em 40 dos 74 indicadores que compõem o índice do INPI”, explica.

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De acordo com o estudo, a região Sul do Brasil apresentou uma evolução significativa, influenciada, sobretudo, pelos resultados do Paraná e de Santa Catarina. No período analisado, o estado paranaense subiu da 6ª para a 3ª posição no ranking. 

No primeiro ano avaliado, a unidade da federação performava com 0,358 pontos e agora conta com uma pontuação de 0,406. Santa Catarina está ainda melhor, já que atualmente ocupa a segunda posição, com 0,415 pontos, desbancando o Rio de Janeiro. 

Segundo o advogado e mestre em Gestão de Riscos e Inteligência Artificial da Universidade de Brasília (UnB), Frank Ned Santa Cruz, em regra, inovação representa um processo de risco, mas que pode atrair investimentos expressivos. Nesse sentido, ele destaca o que pode ser levado em conta para a execução dessas iniciativas. 

“Entre os elementos que podem destacar uma cidade com inovação, está a criação de espaços de inovação, viabilizando uma plataforma de incentivo aos programas de inovação. Isso vai desde benefícios fiscais previstos em legislação, mas também criando um ambiente, fóruns, espaços de diálogos e chamamento público para que empresas, inclusive da iniciativa privada, possam contribuir no fomento das inovações”, pontua. 

Nordeste 

O levantamento mostra, ainda, que nenhum estado do Nordeste configura entre os dez primeiros do ranking. Maranhão, por exemplo, mais uma vez amarga as últimas colocações. Em 2024, o estado era o 25° colocado, com 0,123 pontos. Desta vez, em meio à gestão de Flavio Dino e de seu sucessor, o atual governador Carlos Brandão (PSB), o estado está na penúltima posição, com 0,125 pontos.  

Na avaliação do economista chefe do INPI, Rodrigo Ventura, esse cenário em relação ao Nordeste se dá, entre outros fatores, pelo resultado das dimensões que compõe o chamado macroambiente - que tornam o estado mais ou menos propício à atividade inovativa.  

“Os estados do Nordeste, em termos relativos, comparativos a outros estados, não vão muito bem em dimensões como ambiente institucional, ambiente regulatório, infraestrutura geral, notadamente tecnologias ou acesso a tecnologias da informação e comunicação; e também não vão bem em termos de qualificação da força de trabalho”, considera. 

Em 2014, o pior desempenho foi obtido pelo estado de Alagoas, que ocupou a última posição do ranking, com 0,121 pontos. No ano passado, a unidade da federação conseguiu subir seis colocações, fechando 2024 em 21°, com 0,143 pontos. No balanço mais recente, a última posição foi ocupada pelo Acre, que caiu quatro posições, com 0,111 pontos. 
 

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29/06/2024 00:06h

A criação da Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD) foi sugerida pelo Poder Executivo e aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal (PL 6.235/2023). A nova modalidade de aplicação financeira se destina a financiar indústria e microempresas.

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A criação da Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD), um novo título de renda fixa, foi sugerida pelo Poder Executivo e aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal PL 6.235/2023. A nova modalidade de aplicação financeira é voltada para a captação de recursos com vistas ao investimento em projetos de infraestrutura, da indústria, de inovação e de pequenas empresas. 

A previsão é de que a LCD tenha isenção de imposto para investidores nos moldes das já existentes Letra de Crédito Agrícola (LCA) e Letra de Crédito Imobiliário (LCI),oferecidas por bancos e corretoras.

O relator, senador Omar Aziz (PSD-AM), não acatou nenhuma das dez emendas sugeridas à proposta. O parlamentar argumentou que conversou com os autores das emendas e destacou a necessidade de aprovação mais rápida do texto – cuja tramitação foi em regime de urgência. Em reunião na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Omar Aziz defendeu o papel do projeto no desenvolvimento econômico do país, no fomento à inovação e na geração de empregos.

“A LCD é essencial para viabilização de projetos de infraestrutura, indústria, inovação, micro, pequenas e médias empresas, impacto socioambiental, entre outras iniciativas que promovem o acesso ao desenvolvimento sustentável. Nós temos a LCI e nós temos a LCA. Essa LCD vai pegar uma base maior de aporte de recursos para gerar emprego, oportunidade e trabalho”, disse 

O advogado do b/luz Advogados, Matheus Facio, com atuação em Fintech, Mercado Financeiro e de Capitais, de São Paulo (SP) destaca o papel da LCD para garantir o fluxo financeiro das pequenas empresas no país.  

"Com a LCD, esses bancos de desenvolvimento vão conseguir ter uma linha de crédito específica para os pequenos produtores, com condições diferenciadas, já que o título foi feito exclusivamente para eles, então não entra no bolo dos demais recursos captados pelo banco. E eles são beneficiados porque, normalmente, pequenas e médias empresas têm o crédito mais dificultado. Cobra-se juros mais altos, especialmente nessas atividades de inovação que têm um risco maior e com esse recurso carimbado no BNDES e com taxas fixas também, nesse caso é a Selic, a gente tem um recurso mais barato e um fluxo financeiro garantido para esses agentes econômicos", diz.

O projeto seguiu para sanção presidencial.

Entenda a LCD

Pelo texto, apenas bancos de desenvolvimento poderão emitir a LCD, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além disso, também operam no país o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) – este, fundado pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

O economista Gilberto Braga destaca que, por contar com a isenção tributária, a LCD tende a ser atrativa para os investidores do mercado financeiro. 

“Tende a ser uma fonte de captação mais barata através do BNDES, porque o investidor faz a conta de quanto ele vai receber no final, ou seja, se ele tivesse que pagar imposto de renda, se tivesse tributação no resgate, ele exigiria uma taxa de juros mais elevada para apostar nesse tipo de ativo financeiro. Como ele vai ter isenção tributária, a taxa de remuneração cobrada pelo emissor, o BNDES, pode ser menor”, ressalta Braga. 

O especialista explica que, por se tratar de um banco estatal, a tendência é que o BNDES repasse o custo de captação menor para o custo do financiamento que será promovido com os ativos. Braga avalia que a LCD será benéfica para diversos agentes, seja o investidor, a indústria ou os pequenos empresários. Além disso, salienta a segurança de investimentos propiciada pelo BNDES.

“Na ponta final, o tomador do recurso, seja o pequeno empresário, seja a indústria brasileira, tenderá a ser beneficiado por uma taxa de juros menor e por um fundo que terá recursos para o financiamento das atividades do banco. Então, do ponto de vista estratégico, o BNDES, por ser um banco estatal, é um banco que tem total segurança, sendo o risco muito baixo e semelhante aos títulos do Tesouro Direto para o investidor do mercado financeiro”, afirma Braga.

O projeto prevê limite de R$ 10 bilhões por ano em LCDs para cada instituição financeira. Porém, o limite poderá ser alterado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), conforme a instituição emissora.

A isenção do imposto de renda sobre os rendimentos e o eventual ganho de capital obtido com a alienação não abrange os residentes em paraísos fiscais e pessoas jurídicas tributadas pelo Simples ou com base no lucro real, presumido ou arbitrado – esse grupo será tributado em 15% – apenas as pessoas físicas residentes no Brasil.

Na última quarta-feira (26), o BNDES divulgou nota assinada pelo presidente Aloizio Mercadante celebrando a aprovação do PL 6.235/2023 no Senado. 

“Importante destacar que a utilização desse instrumento de captação será acompanhada de avaliações de impacto, que terão o compromisso de mensurar, de maneira transparente, o quanto a transferência de recursos da sociedade, sob a forma de isenção tributária, geraria em termos de benefícios sociais”, menciona a nota assinada por Mercadante.

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