Indústria

06/08/2025 23:30h

Programa IEL de Educação Executiva Global leva lideranças brasileiras a uma semana de experiências na La Salle Universidad, com foco em inovação, transformação digital e conexões internacionais

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Empresários brasileiros ainda têm uma nova chance de participar da edição Barcelona do Programa IEL de Educação Executiva Global, promovido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL). As inscrições foram prorrogadas até o dia 8 de agosto (sexta-feira). A imersão será realizada entre os dias 29 de setembro e 3 de outubro, na La Salle Universidad, referência internacional em negócios digitais, design e inovação.

A edição Barcelona traz o tema “Conexão global e liderança conectada” ao programa voltado a líderes do setor industrial, comércio e serviços que atuam com as diretrizes da Nova Indústria Brasil (NIB). Durante cinco dias, os participantes terão acesso a workshops, mentorias e visitas técnicas a centros de excelência em inovação e transformação digital.

Entre os destaques da programação, estão experiências com especialistas da La Salle, ESADE, Acció e Barcelona Tech City, além de visitas a empresas como Danone e Nestlé. Na capital catalã, a Danone mantém seu primeiro centro tecnológico global, enquanto a Nestlé abriga o Centro Global de IT Hub, com mais de 600 profissionais dedicados à transformação digital da companhia.

Para a gerente de Carreiras e Desenvolvimento Empresarial do IEL, Michelle Queiroz, o Programa IEL de Educação Executiva Global desempenha um papel importante na formação de lideranças que acompanham as transformações do setor industrial, especialmente no contexto das diretrizes da NIB.

“Iniciativas como a imersão executiva em Barcelona formam líderes preparados para competir e colaborar em um mercado internacionalizado, onde conhecimento precisa ser aplicado com agilidade e propósito. Ao conectar orientações de carreira, contribuir para a empregabilidade e formação de alto nível com experiências globais, o IEL contribui para desenvolver líderes que pensem no local com mentalidade global”, afirmou a gestora.

Segundo ela, experiências internacionais são catalisadoras no desenvolvimento de líderes empresariais mais inovadores e conscientes das demandas globais. “Ao expor os participantes a contextos de excelência e instituições de referência, essas vivências ampliam a visão de mundo, promovem a troca com ecossistemas globais de inovação e estimulam a aplicação prática de conhecimento em suas realidades empresariais”, completou Michele.

Ainda de acordo com a gerente, a edição em Barcelona traz diferenciais importantes em relação à realizada anteriormente nos Estados Unidos, com atividades no Massachusetts Institute of Technology (MIT). “A edição anterior, que foi realizada no MIT, trouxe aprendizados valiosos sobre a importância da combinação entre tecnologia de ponta, liderança estratégica e visão de futuro. Essa experiência reforçou o valor de metodologias que integram teoria, prática e networking em ambientes de inovação de alto nível. Para a edição de Barcelona, o IEL incorpora esse modelo bem-sucedido, mas amplia o foco para temas como sustentabilidade, novos modelos de negócio e liderança em mercados europeus”, destacou.

A edição faz parte da trilha de Educação Executiva Global, promovida pelo IEL em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Boston Innovation Gateway (BIG). Antes da viagem, os selecionados terão acesso a webinars preparatórios e conteúdos exclusivos de formação executiva. Ao final da imersão, recebem certificado internacional e participam de mentorias estratégicas para adaptar os aprendizados ao contexto brasileiro.

Os empresários interessados em expandir fronteiras, liderar com propósito e acelerar a cultura de inovação de suas organizações, podem acessar o Portal da Indústria para fazer a inscrição no Programa IEL Educação Executiva Global.

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06/08/2025 23:00h

Segundo o Mapa, o setor também ampliou a presença nacional, com crescimento no número de estabelecimentos registrados

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A indústria cervejeira brasileira aponta um crescimento de 5,5% no número de estabelecimentos registrados em comparação a 2024. Atualmente, o país conta com mais de 1.949 unidades distribuídas por 790 municípios.

As estatísticas foram apresentadas na terça-feira (5) pelo Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), durante o lançamento do Anuário da Cerveja 2025. A publicação, realizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), consolida os dados do setor referentes ao ano de 2024.

Apesar dos desafios enfrentados, como as enchentes no Rio Grande do Sul — estado referência na produção de cervejas artesanais — e a desaceleração da economia global, o segmento cervejeiro produziu 15,34 bilhões de litros de cerveja, uma diferença de 0,11% em relação ao ano anterior.

O levantamento também evidencia avanço expressivo nas exportações, com um superávit comercial histórico de US$ 195 milhões, resultado do envio de 332 milhões de litros ao exterior.

Produção sem álcool

O Anuário destaca o crescimento expressivo das cervejas sem álcool entre 2023 e 2024, com aumento de 536,9% no volume produzido.

Variedade de produtos

Com 55.015 marcas e 43.176 produtos registrados, a indústria cervejeira brasileira evidencia uma ampla variedade, capaz de atender diferentes faixas de renda e realidades regionais.

Investimentos e impacto econômico

O setor contribui para o dinamismo econômico em diversas áreas, desde a produção agrícola até o turismo, a logística e o desenvolvimento tecnológico.

Desde 2020, o segmento cervejeiro tem realizado investimentos expressivos. De acordo com o levantamento do Sindicerv em parceria com a consultoria Euromonitor, mais de R$ 17,5 bilhões foram aportados na indústria desde então, com foco especial em tecnologia, ampliação da capacidade produtiva e modernização das fábricas.

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Economia
06/08/2025 04:25h

Tributo, criado em 2000, estimula a inovação e o desenvolvimento tecnológico brasileiro

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O Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta quarta-feira (6) a constitucionalidade da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), tributo federal com arrecadação e aplicação de recursos vinculados a um setor específico, a exemplo do que ocorre com os combustíveis. Os ministros discutem a validade e a ampliação da Cide às remessas financeiras ao exterior a título de remuneração de contratos que envolvam o uso ou a transferência de tecnologia estrangeira.

Em maio deste ano, o relator do caso, ministro Luiz Fux, reconheceu a validade da Cide como instrumento de estímulo à inovação e ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. A contribuição, segundo ele, está “intrinsecamente ligada aos princípios da ordem econômica e ao papel do Estado como agente incentivador dessa atividade econômica”.

Na avaliação de Fux, eventuais desvios de finalidade dos recursos da contribuição a partir da vinculação a finalidades diversas das especificadas na Lei nº 10.168/2000 podem acarretar a responsabilização de gestores públicos, mas não invalida a norma. O ministro Flávio Dino também votou com o relator neste ponto, mas divergiu em relação à incidência dos contratos que não tratem de transferência de ciência e tecnologia.

Segundo o advogado Andre Azeredo, coordenador de Contencioso Tributário no FAS Advogados, o debate na Suprema Corte gira em torno de um suposto desvio de finalidade. “A contribuição, inicialmente, tinha um escopo de alcançar contratos que envolvessem licenciamento de software ou transferência de tecnologia do exterior para o Brasil, o que estimularia, indiretamente, o uso de tecnologia nacional. Alguns anos depois, essa lei foi alterada. Hoje em dia, basicamente, ela alcança qualquer remessa para o exterior, inclusive em contratos que não envolvam a transferência de tecnologia”, aponta. 

O especialista acrescenta, ainda, que a Cide incide hoje sobre serviços técnico-administrativos e outras atividades importadas do exterior que não necessariamente tinham ou têm relação com aquele objetivo inicial da lei de promover o desenvolvimento da tecnologia nacional. “A Cide é um tributo que busca promover a intervenção do Estado na economia”, resume.

Indústria defende manutenção

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Cide é um “instrumento fundamental de política pública, responsável, de forma isolada, por mais de 70% dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), a principal fonte de financiamento à ciência, tecnologia e inovação (CT&I) no Brasil”. Além disso, a entidade ressalta que “os recursos proporcionados pela Cide têm sido essenciais para a implementação do plano Nova Indústria Brasil (NIB), iniciativa que visa à reindustrialização do país em bases modernas, sustentáveis e inovadoras”.

Na avaliação da especialista de Desenvolvimento Industrial da CNI, Idenilza Moreira de Miranda, o orçamento do FNDCT em 2025, que supera R$ 14 bilhões, representa um estímulo significativo ao ecossistema de ciência, tecnologia e inovação do país.

“Os recursos do FNDCT têm contribuído para projetos que vão reindustrializar o país, atendem desde startups a grandes empresas, assim como as universidades e o Centro de Pesquisa. Então, isso já é um motivo mais do que importante para a gente apoiar a manutenção da Cide”.

Em tempos de crise comercial com os Estados Unidos, Idenilza sinaliza que a preservação da Cide dá mais competitividade aos setores exportadores brasileiros.
“No cenário de disputas globais que a gente tem vivido e especialmente de rápidas transformações na nossa indústria, com a entrada cada vez mais acelerada das tecnologias no mercado, investir no desenvolvimento científico e tecnológico é questão de sobrevivência. A Cide tem que ser olhada nesse contexto de fomentar a autonomia tecnológica, ampliar o domínio sobre as tecnologias e ganhar maior competitividade no mercado nacional e internacional”, complementa.

A eventual descontinuidade ou fragilização da Cide, alerta a CNI, comprometeria seriamente a sustentabilidade do financiamento à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação no Brasil, impactando negativamente a geração de empregos, renda e riqueza.
 

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04/08/2025 23:30h

Movimento da CNI e do Sebrae tem apoio da FIEP e vai conectar agentes do setor produtivo e tecnológico no Campus da Indústria

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Curitiba será o ponto de encontro de lideranças, especialistas e representantes do setor industrial no próximo 7 de agosto, quando a cidade recebe a Jornada Nacional de Inovação da Indústria. O evento acontece no Campus da Indústria do Sistema Fiep e integra a iniciativa itinerante da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria, no Paraná, com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

Com o propósito de revelar, conectar e dar voz às ideias que impulsionam as transformações ecológica e digital, a Jornada percorre os 27 estados brasileiros para conhecer inovações tecnológicas com identidade regional e promover diálogos que inspirem a construção de soluções conjuntas para os desafios da indústria. A rota, iniciada em julho de 2025, será concluída em março de 2026, no 11º Congresso de Inovação da Indústria, onde será apresentado um panorama nacional das experiências colhidas.

Estão convidados a participar lideranças empresariais regionais, gestores de Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) e de Parques Tecnológicos, empresas de base tecnológica, investidores, assim como governo local e organizações nacionais ou internacionais.

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas neste formulário

O diretor de Desenvolvimento Industrial, Tecnologia e Inovação da CNI, Jefferson Gomes, explica que a Jornada foi criada para conhecer experiências inspiradoras e, com isso, tecer uma grande rede de inovação brasileira. “O diferencial do movimento está na capacidade de mapear e articular, de forma integrada e colaborativa, os diversos atores do ecossistema em cada território, conectando desafios reais da indústria a soluções concretas”, afirma o diretor.

Luiz Tiago Dalla Stella, coordenador de Relacionamento e Negócios em Tecnologia e Inovação do Senai/PR, destaca o momento oportuno para que as indústrias paranaenses debatam soluções diretamente com a CNI. 

“É um momento estratégico para a indústria do Paraná mostrar sua força inovadora e ajudar a construir caminhos que levem nossas indústrias ao novo patamar de competitividade e maturidade de inovação. Será um prazer receber todas as indústrias de Curitiba e região”, disse Dalla Stella. 

Dinâmica regional

A Jornada em Curitiba terá a presença de Carlos Bork, superintendente de Projetos de Inovação da CNI, que pretende oferecer insights sobre os desafios e oportunidades nacionais no campo da inovação industrial.

Os debates vão girar em torno de temas estratégicos para o desenvolvimento industrial sustentável: transformação digital e infraestrutura de data centers, economia circular e sustentabilidade, formação de capital humano, inovação em energias renováveis e descarbonização na produção e escoamento de produtos da indústria de alimentos. Além disso, serão debatidos avanços e demandas relacionados a setores como mobilidade, maquinário agrícola e automotivo.

O evento contará com painéis sobre desafios e oportunidades da transição ecológica e da transformação digital no Paraná, reunindo especialistas e lideranças empresariais para mapear gargalos e identificar caminhos que tornem as indústrias mais competitivas e alinhadas às práticas sustentáveis.

Na programação, o destaque para a presença de empresas de referência. No Painel de Transição Ecológica, participam Grupo Boticário, Sanepar e Protium Dynamics. Já no Painel de Transformação Digital, estarão CNH, Bosch e Vetrii.

Próximos encontros

Após Curitiba, a Jornada seguirá para Londrina (15/08), Cascavel (19/08) e Foz do Iguaçu (21/08), de forma a ampliar o alcance dos debates e conectar mais pessoas à rede de inovação nacional.
 

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01/08/2025 04:00h

De acordo com Confederação Nacional da Indústria (CNI), política monetária contracionista impõe custos desnecessários; entidade defende início de ciclo de cortes nos juros

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Após aumentar a taxa Selic por sete reuniões seguidas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu interromper o ciclo de alta de juros e manter a taxa básica em 15% ao ano, na última quarta (30). A decisão, já esperada pelo mercado financeiro, foi unânime. 

Como justificativa, o Copom disse que busca ter cautela diante do cenário de maior incerteza gerado pelas medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. O Comitê do Banco Central também afirmou que a taxa básica de juros pode voltar a ser reajustada. A taxa está no maior nível desde julho de 2006, quando atingiu 15,25% ao ano. 

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão foi "insuficiente e equivocada", e pode consolidar a desaceleração do setor, já observada ao longo do 1º semestre de 2025. Em nota, a CNI defendeu que o Copom deveria ter iniciado um processo de redução da Selic e não de manutenção. “A política monetária contracionista impõe custos desnecessários à atividade econômica e a um cenário cada vez mais adverso para a indústria”, comunicou a entidade.  

"Já tivemos o aumento do IOF sobre as operações de crédito e câmbio e a elevação das tarifas dos EUA sobre as nossas exportações. A alta do IOF sobre o crédito vai aumentar em R$ 4,9 bilhões o custo para as indústrias, enquanto as tarifas dos Estados Unidos podem causar queda na produção industrial e a perda de milhares de empregos no país. O momento pede uma política monetária mais favorável. Precisamos de menos juros e mais crescimento”, apontou o presidente da CNI, Ricardo Alban. 

De acordo com Alban, a perspectiva demanda mudança de postura do Copom, para que, a partir da próxima reunião, inicie um ciclo de cortes nos juros. “Se isso não acontecer, o quadro econômico tende a piorar, podendo consolidar uma desaceleração ainda mais intensa do que temos observado”, completou o presidente da CNI. 

Com o aumento dos juros, o crédito tem ficado mais caro para empresas e consumidores. O comunicado da CNI citou dados do Banco Central que apontam aumentos das taxas de juros médias nas concessões de crédito. Nas linhas com recursos livres, a taxa média de juros para empresas subiu de 20,6% a.a. em setembro de 2024 para 24,3% a.a em junho de 2025. Para os consumidores, a alta foi de 52,3% para 58,3% a.a. no mesmo período.

"Os juros mais altos inviabilizam diversos projetos de investimento das empresas, que são essenciais para ampliar e modernizar a estrutura produtiva do país. Também tornam cada vez mais difícil o atendimento das necessidades financeiras diárias, que demandam capital de giro. Para os consumidores, os juros elevados dificultam a compra de diversos produtos, sobretudo os de maior valor, mais dependentes de financiamento", explicou o posicionamento da confederação.

Juros altos lideraram problemas da construção no 2º trimestre
Setores industriais, como o da construção, sentem o impacto. As taxas de juros elevadas foram o principal desafio do setor no 2º trimestre de 2025. O entrave foi citado por 37,7% dos empresários, contra 35,3% no 1º trimestre do ano, segundo Sondagem Indústria da Construção, da CNI e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), divulgada recentemente. 

“Pelo lado da oferta, se o industrial da construção precisar tomar crédito para adquirir capital de giro e começar um novo projeto, por exemplo, ele vai ser impactado pela elevação do custo do crédito, reflete esse aumento na Selic. E de forma similar, ocorre do lado da demanda: para o consumidor adquirir um bem do setor da construção, ele precisa tomar crédito, o que também acaba sendo encarecido pela elevação das taxas de juros”, explicou a analista de Políticas e Indústria da CNI, Isabella Bianchi.

Lembrada por 30,5% dos empresários, a alta carga tributária segue como o segundo principal problema da indústria da construção. No 1º trimestre, 27,8% dos empresários haviam mencionado a questão. 

Taxa “punitiva” para a economia 
André Galhardo, economista chefe da Análise Econômica de São Paulo, considera importante que o setor produtivo se manifeste contra a taxa de juros. “Não apenas porque é uma taxa de juros punitiva para a economia brasileira, mas também porque ela tem impactado os negócios de forma ampla. A contestação do setor industrial reflete todo o entendimento do setor produtivo brasileiro. Não é apenas a indústria que passa por um processo por um encarecimento do crédito e está exposta a problemas graves com pedidos de recuperação judicial, diminuição de investimentos e afins. O varejo e as famílias também sentem o impacto de uma política monetária que é muito mais restritiva do que poderia ser neste momento”, afirmou o economista. 

Galhardo aponta dados do próprio Banco Central que mostram o endividamento das pessoas físicas no nível mais alto desde maio de 2016. Em junho de 2025, a inadimplência chegou a 4,3%. 

“Isso certamente, em alguma medida, é fruto desse aperto monetário que tem prejudicado a solvência das famílias, das pessoas físicas e das pessoas jurídicas no Brasil. A taxa Selic em 15% é motivada pelo risco inflacionário, por questões cambiais e por questões estruturais fiscais. No entanto, ela também é motivada por uma questão que poderia ser resolvida”, disse.
 

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31/07/2025 03:00h

Programa conecta técnicos, graduados, mestres e doutores a empresas interessadas em desenvolver projetos nas áreas de tecnologia e inovação

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O Instituto Euvaldo Lodi (IEL) está com 167 vagas abertas em todo o país para o programa Inova Talentos, iniciativa que conecta profissionais qualificados a empresas interessadas em desenvolver projetos de inovação e tecnologia. As bolsas podem chegar a R$ 12 mil mensais, dependendo do nível de formação e da complexidade do projeto.

A superintendente nacional do IEL, Sarah Saldanha, destaca a importância estratégica do programa Inova Talentos para aproximar a academia do setor produtivo. “O programa Inova Talentos é um dos principais mecanismos disponíveis à inovação no país. É utilizado por grandes empresas brasileiras que lideram o processo de inovação no Brasil. Os bolsistas trazem conhecimentos atuais, aplicam metodologias inovadoras, têm um olhar sobre o avanço tecnológico e podem contribuir para a competitividade da empresa”, ressalta.

As oportunidades são voltadas para técnicos, graduados, mestres e doutores das áreas de engenharia, administração, biotecnologia, ciência de dados, sistemas de informação, entre outras. O objetivo do programa é fomentar o ecossistema de inovação brasileira, ao mesmo tempo em que contribui para a formação prática de profissionais altamente qualificados. A seleção dos bolsistas é feita de acordo com os requisitos de cada projeto e o perfil técnico do candidato.

Inova Talentos: experiência de bolsista

Ryan de Souza ingressou no programa Inova Talentos como estagiário do bacharelado em agronomia, há aproximadamente seis meses, e atua na Suprema Máquinas Concessionária Case IH, em Alta Floresta (MT). Ele é assistente e realiza todo o acompanhamento e monitoramento da frota de máquinas da concessionária.

O bolsista mostra como o programa impacta a sua trajetória profissional. “O Programa Inova Talentos é um projeto de grande importância, que tem sido fundamental. Tem dado todo o suporte e apoio necessário, oportunidade de estar ingressando em uma grande empresa e com uma grande responsabilidade de buscar novos talentos para o mercado de trabalho”, afirma.

Ele orienta aos novos participantes a aproveitarem a oportunidade que o programa oferece. “Criem um network e dediquem-se ao máximo. Isso pode ser o que vai transformar a sua vida no mercado de trabalho e na sua jornada futura”, aconselha.
 

Inova Talentos: oportunidades em destaque

Entre as empresas que oferecem oportunidades para bolsistas atuarem em projetos de inovação e tecnologia no programa, destacam-se a seguintes:

● General Motors do Brasil
Modalidade: Remoto
Perfil: Bacharel em Ciência da Computação, Engenharia de Software ou áreas correlatas
Projeto: Manufatura inteligente com foco em ingestão, transformação e integração de dados de chão de fábrica
Bolsas: De R$ 7 mil a R$ 12 mil, conforme a especialidade
Carga horária: 40h semanais
Duração: 12 meses

● Globe Química LTDA
Modalidade: Presencial
Perfil: Técnico em Química, graduado em Química ou Farmácia, mestre em Química Orgânica
Projeto: Otimização de produtos farmacêuticos, atualização regulatória, aumento de rendimento, redução de custos e expansão de mercado
Bolsas: De R$ 2 mil a R$ 4.200
Carga horária: 40h semanais
Duração: 12 meses

● Companhia Brasileira de Alumínio
Modalidade: Híbrido
Perfil: Doutores ou Doutores Tecnológicos em Ciência da Computação, Engenharias, Sistemas de Informação, TI ou áreas afins
Projeto: Revisão e implementação da arquitetura de dados 2.0
Bolsa: R$ 11 mil
Carga horária: 40h semanais
Duração: 12 meses

● Whirlpool S.A.
Modalidade: Híbrido
Perfil: Graduados em Engenharia
Projeto: Otimização dos processos logísticos externos, com foco na redução do lead time
Bolsa: R$ 3.500
Duração: 12 meses

O Inova Talentos é uma parceria entre o IEL, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que já promoveu a inserção de milhares de profissionais em empresas de diversos setores. Os participantes atuam por tempo determinado em desafios reais do setor produtivo, com orientação de especialistas e supervisão técnico-científica.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas diretamente no site do programa. Para conferir as vagas disponíveis e se candidatar, acesse a página do Inova Talentos, no Portal da Indústria.

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30/07/2025 14:55h

Levantamento da CNI mostra impactos significativos mesmo nos estados que têm menor comércio exterior com os EUA

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O aumento das tarifas de importação anunciado pelos Estados Unidos, com previsão de entrar em vigor em 1º de agosto, pode provocar perdas superiores a R$ 19 bilhões para os estados brasileiros. As Unidades Federativas do Sudeste e do Sul deverão registrar as maiores perdas.

Os dados são de levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), divulgados nesta terça-feira (29). O estudo mostra ainda os impactos nos estados com as maiores dependências do mercado norte-americano. Em 2024, os Estados Unidos representaram 44,9% das exportações do Ceará. No Espírito Santo, a participação foi de 28,6%. Em outros estados, como Paraíba (21,6%), São Paulo (19,0%) e Sergipe (17,1%), a dependência também é significativa.

Em pelo menos 11 estados brasileiros, os EUA respondem por 10% a 20% das vendas externas. A maior parte desses embarques é composta por produtos da indústria, o que reforça a vulnerabilidade do setor às mudanças nas políticas comerciais norte-americanas.

"A imposição do expressivo e injustificável aumento das tarifas americanas traz impactos significativos para a economia nacional, penalizando setores produtivos estratégicos e comprometendo a competitividade das exportações brasileiras. Há estados em que o mercado americano é destino de quase metade das exportações. Os impactos são muito preocupantes",  avalia Ricardo Alban, presidente da CNI.

Para Frederico Lamego, superintendente de Relações Internacionais da CNI, a repercussão é ainda mais árdua ao considerar o volume de mais de 10 mil pequenas, médias e grandes empresas que atuam nos Estados Unidos. 

“São diversos estados impactados, mas destaco São Paulo em função do peso da indústria paulistana, onde projetamos uma perda da ordem de R$ 4,4 bilhões. Em seguida, Rio Grande do Sul e Paraná, depois Santa Catarina e Minas Gerais, com impactos da ordem de quase R$ 2 bilhões. Além desses estados, há casos específicos como o Ceará, com mais de 45% das exportações direcionadas para o mercado americano”, disse o superintendente. 

Entre os números nacionais, o estudo mostra que, em 2024, a cada R$ 1 bilhão exportado ao mercado americano foram gerados 24,3 mil empregos, R$ 531,8 milhões em massa salarial e R$ 3,2 bilhões em produção.

Os Estados Unidos têm sido, ao longo da última década, o principal destino das exportações da indústria de transformação brasileira. No período, a indústria de transformação representou, em média, 82,0% das exportações brasileiras para os Estados Unidos e 90,3% das importações vindas do parceiro norte americano. As economias brasileira e americana são complementares. Isto é, o comércio bilateral é composto por fluxos intensos de insumos produtivos. Entre 2015 e 2025, esses bens representaram, em média, 61,4% das exportações e 56,5% das importações brasileiras.

Acesse na íntegra o levantamento Relações Econômicas entre Brasil e EUA: Destaques Nacionais e Estaduais.

Ceará

Estado com maior dependência do mercado americano, o Ceará exportou US$ 659,1 milhões, especialmente bens da indústria de transformação, que respondeu por 96,5% das exportações estaduais destinadas aos EUA. O setor mais relevante foi o de metalurgia, que respondeu por US$ 441,3 milhões, seguido pelos setores de alimentos (US$ 112,2 milhões, 17%) e de couros e calçados (US$ 52,6 milhões, 8%). A tarifa de 50% pode representar perdas de R$ 190 milhões ao estado.

Espírito Santo

Em 2024, os Estados Unidos foram o principal destino das exportações do Espírito Santo, com um valor total de US$ 3,1 bilhões, representando 28,6% de todas as vendas externas do estado. A indústria de transformação teve papel central nesse fluxo, respondendo por 80,9% das exportações destinadas ao mercado norte- americano. Os principais setores exportadores foram a metalurgia (US$ 1,14 bilhão, 37,2%), minerais não metálicos (US$ 680,1 milhões, 22,2%), celulose e papel (US$ 559,8 milhões, 18,2%) e a extração de minerais metálicos (US$ 387 milhões, 12,6%). O tarifaço pode representar perdas de R$ 605 milhões ao estado.

Paraíba

Com um total de US$ 35,6 milhões, que corresponde a 21,6% das exportações do estado, os EUA foram o segundo principal destino das exportações da Paraíba. A indústria de transformação teve papel dominante nesse comércio, respondendo por 96,9% das exportações para o mercado norte-americano. Os principais setores exportadores foram o de alimentos, com destaque absoluto (US$ 30,5 milhões, 85,5%), e o de couro e calçados (US$ 3,6 milhões, 10,2%). O impacto negativo para o estado pode ser de mais de R$ 101 milhões.

São Paulo

Segundo o estudo, em 2024, os EUA foram o principal destino das exportações de São Paulo, com um valor total de US$ 13,5 bilhões, o que representa 19% de tudo que o estado exportou no ano. Além disso, 92,1% do que o estado vendeu ao país americano veio da indústria de transformação, ou seja, de produtos que passaram por algum tipo de processamento (e não apenas matérias-primas). Para a maior economia brasileira, o prejuízo com as tarifas pode ultrapassar R$ 4,4 bilhões, representando uma queda de 0,13% do PIB do estado.

Em volume, prejuízo é maior e bilionário para Sul e Sudeste

Em termos de impacto financeiro, os estados do Sudeste e do Sul serão os mais prejudicados, apesar de contarem com maior diversificação de mercados na pauta exportadora.

Depois de São Paulo, que acumula maior perda financeira, Rio Grande do Sul e Paraná são os estados mais afetados, com base em dados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Ocupando o segundo lugar de estado com maior impacto com o tarifaço, com potencial de retração de R$ 1,917 bilhão no PIB, o Rio Grande do Sul teve os Estados Unidos como 3º maior destino de exportações, que totalizaram US$ 1,8 bilhão, representando 8,4% do total exportado. Os principais setores exportadores do estado são produtos de metal (US$ 322 mi, 17,4%), fumo (US$ 237 mi, 12,8%), couro e calçados (US$ 188 mi, 10,1%).

No caso do Paraná, os EUA também aparecem como o 3º principal destino comercial. Em 2024, o estado exportou US$ 1,5 bilhão ao mercado americano, o que corresponde a 6,8% do total exportado no ano, sendo 97,5% provenientes da indústria de transformação. Madeira (US$ 614 mi, 38,7%), alimentos (US$277, 14,3%) e máquinas e equipamentos (US$ 217 mi, 13,7%) estão entre os principais setores exportadores. O PIB estadual pode perder R$ 1,914 bilhão com o tarifaço de Donald Trump.

Santa Catarina aparece em quarto lugar na lista de maior prejuízo financeiro (R$ 1,7 bi), mas é o estado com a segunda maior queda no PIB prevista: -0,31%. Quase tudo que o estado vende aos EUA vêm da indústria (99%): madeira (US$ 650,7 milhões, 37,2%), automóveis (US$ 258,6 mi, 14,8%) e máquinas e materiais elétricos (US$ 232,5 mi, 13,3%).

Em 5º lugar, Minas Gerais pode ter perdas de R$ 1,6 bilhão (-0,15% no PIB). A participação da indústria nas exportações aos EUA foi de 66,1% em 2024. No total, Minas exportou US$ 4,6 bi aos americanos no ano passado, com destaque para metalurgia (US$ 1,7 bi, 37,6%); produção vegetal, animal e caça (US$ 1,5 bi, 33,6%) e alimentos (US$ 276 mi, 6%). OS EUA são o 3º maior destino das vendas externas do estado.

Amazonas e Pará também terão perdas bilionárias

Puxado pela exportação do Polo Industrial de Manaus, o estado do Amazonas pode sofrer o sexto maior impacto em volume financeiro: R$ 1,1 bilhão, uma queda de 0,67% do PIB. A indústria respondeu por 96,1% das vendas aos EUA no ano passado, com destaque para equipamentos de transporte (US$ 28 mi, 28%); coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (US$ 25 mi, 25,1%) e máquinas e equipamentos (US$ 24,4 mi, 24,4%).

No caso do Pará, o impacto de novas tarifas pode chegar a R$ 973 milhões, uma queda de 0,28% no PIB. Apesar de os EUA corresponderem por 3,6% das exportações do estado (US$ 835,4 milhões em 2024), a indústria responde por 95,2% dos bens vendidos aos americanos. Os setores de destaque são metalurgia (US$ 420 mi, 50,3%), químicos (US$ 156 mi, 18,8%) e alimentos (US$ 118 mi, 14,2%).

Centro-Oeste, Nordeste e Norte são menos dependentes, mas impactos são significativos

No Centro-Oeste, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul acumulam prejuízos superiores a R$ 1,9 bilhão. Já no Nordeste, as perdas são menores, mas ainda relevantes: Bahia (R$ 404 mi), Pernambuco (R$ 377 mi) e Ceará (R$ 190 mi) lideram na região.

Já os cinco estados menos impactados financeiramente são: Roraima (R$ 13 milhões), Sergipe (R$ 30 mi), Acre (R$ 31 mi), Piauí (R$32 mi) e Amapá (R$ 36 mi).

Em relação à dependência das exportações americanas, os estados brasileiros de Roraima, com apenas 0,3%, seguido por Mato Grosso (1,5%), Distrito Federal (2,6%), Piauí e Tocantins (ambos com 3%), Goiás (3,3%) e Rondônia (4,7%), somam perdas financeiras de R$ 1,87 bilhão.

 

Infográfico: Juliana Bezerra/Agência de Notícias da Indústria
 

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29/07/2025 04:00h

Alta carga tributária e custo de trabalhador também desafiam os empresários, segundo Sondagem Indústria da Construção

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As taxas de juros elevadas foram o principal desafio da indústria da construção no 2º trimestre de 2025. O entrave foi citado por 37,7% dos empresários do setor, contra 35,3% no 1º trimestre do ano, segundo Sondagem Indústria da Construção, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), nesta segunda (28). 

De acordo com Isabella Bianchi, analista de Políticas e Indústria da CNI, as taxas de juros elevadas afetam o setor da construção por diferentes canais. 

“Pelo lado da oferta, se o industrial da construção precisar tomar crédito para adquirir capital de giro e começar um novo projeto, por exemplo, ele vai ser impactado pela elevação do custo do crédito, reflete esse aumento na Selic. E de forma similar, ocorre do lado da demanda: para o consumidor adquirir um bem do setor da construção, ele precisa tomar crédito, o que também acaba sendo encarecido pela elevação das taxas de juros”, explica a analista.

Lembrada por 30,5% dos empresários, a alta carga tributária segue como o segundo principal problema da indústria da construção. No 1º trimestre, 27,8% dos empresários haviam mencionado a questão. A terceira posição do ranking é ocupada pela falta ou alto custo de trabalhador qualificado. No 2º trimestre, o problema foi reportado por 24,6% dos industriais, enquanto, no 1º, por 27,1%.

Há 10 anos no setor da construção, Mayara Serra, diretora de Desenvolvimento da Maso Engenharia e Consultoria, diz que as três primeiras posições do ranking juntas “pesam bastante”. 

“Os juros altos são os que mais impactam no dia a dia. Com juros altos, tudo fica mais difícil. A carga tributária e a mão de obra qualificada também exigem atenção, só que, no final das contas, é um combo que complica tudo. Mas com planejamento e equipe certa, a gente consegue ir equilibrando”, explica a diretora.

Para Mayara, o cenário não é pior por causa da desaceleração nos preços de insumos e matérias-primas. O índice que mede a evolução do preço médio desses itens recuou 3,7 pontos, para 60,9 pontos, na passagem do 1º para o 2º trimestre.

“A desaceleração nos preços de insumos ajuda a garantir o planejamento da obra. Se a gente tiver uma alta muito grande desses insumos, acontece um desvio do planejamento, que faz com que a gente tenha que trabalhar para que cheguemos lá na frente sem prejuízos”, afirma.

Condições financeiras pioram

O índice de satisfação com a situação financeira caiu 1,4 ponto, fechando o 2º trimestre em 45 pontos. Abaixo da linha de 50 pontos, o indicador reflete maior insatisfação dos empresários com as finanças de seus negócios.

Os índices de satisfação com o lucro operacional e de facilidade de acesso ao crédito também caíram, de 42,8 para 42,5 pontos e de 37,4 para 35,5 pontos, respectivamente. Isso indica maior insatisfação com os lucros e dificuldades crescentes para obter crédito.

Atividade avança, mas emprego e UCO recuam

Em junho, o índice de evolução do nível de atividade da indústria da construção ficou em 48,8 pontos, após avançar frente a maio. O resultado foi inferior ao registrado no mesmo mês em 2024 e em 2023, quando o indicador marcou 49,9 pontos. Vale lembrar que, quanto menor o índice, pior o desempenho do setor.

Já o índice de evolução do número de empregados caiu de maio para junho. O indicador registra 48,3 pontos, abaixo do patamar visto no mesmo mês em 2024 e em 2023, quando registrou 48,8 pontos e 50 pontos, respectivamente.

Depois de sete meses consecutivos em 67%, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) da indústria da construção caiu 1 ponto percentual, para 66%. A UCO está dois pontos percentuais abaixo do nível visto em junho de 2024 (68%) e 1 ponto percentual abaixo de junho de 2023 (67%).

Confiança e intenção de investimento em queda

Em julho de 2025, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção caiu 0,4 ponto, para 47,1 pontos. Ao se afastar da linha divisória de 50 pontos, o indicador revela que a falta de confiança se intensificou entre os industriais do setor.

O índice de intenção de investimento caiu 2,4 pontos de junho para julho. Agora, o indicador registra 40,4 pontos, 2,3 pontos percentuais acima da média histórica.

Segundo a analista de Políticas e Indústria da CNI, a confiança da construção recuou principalmente por uma pior avaliação das condições atuais por parte dos empresários do setor. “Essa avaliação de condições atuais piores do que a dos últimos seis meses é percebida tanto para as próprias empresas quanto para a economia brasileira”, expõe Isabella.

Expectativas oscilam, mas continuam positivas

Apesar do momento negativo, os empresários seguem otimistas para o segundo semestre de 2025. O índice de expectativa de número de empregados avançou 1,9 ponto frente a junho, chegando aos 52,9 pontos. O índice de expectativa de compras de insumos e matérias-primas subiu 1,1 ponto, para 52,2 pontos.

Por outro lado, o índice de expectativa de novos empreendimentos e serviços recuou 0,8 ponto, para 50,5 pontos, enquanto o de nível de atividade permaneceu em 53,1 pontos.

Todos os indicadores continuam acima dos 50 pontos, revelando que os industriais têm perspectivas positivas para os próximos seis meses.

A diretora Mayara confirma os dados. “Às vezes, me sinto insatisfeita com todo o cenário do mercado. Mas vejo melhora, principalmente por conta da queda dos preços do insumo. Isso faz a diferença no caixa de qualquer construtora e acaba ajudando a garantir que o orçamento não saia do planejado. Então, temos desafios. Mas essa desaceleração dos preços da matéria-prima permite que a gente organize melhor as contas. Isso dá mais fôlego e confiança. A gente consegue manter os projetos, pensar em novas vendas e novos projetos”, conclui.

Amostra

Para esta edição da Sondagem Indústria da Construção, foram consultadas 305 empresas: 118 pequenas, 123 médias e 64 grandes, entre 1º e 10 de julho de 2025.
 

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28/07/2025 03:00h

Brasil tem segunda maior reserva mundial; já em operação, iniciativa do CTI-SENAI tem potencial de entrega global

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A crise comercial entre Brasil e Estados Unidos, em função das novas tarifas anunciadas pelo governo Trump às importações de produtos brasileiros, ganhou novos contornos. Em meio às tentativas de negociação por parte do governo brasileiro, os EUA demonstraram interesse nas reservas de Elementos Terras Raras (ETRs) presentes em solo brasileiro. 

Na quinta-feira (24), o encarregado de negócios dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, se reuniu com representantes do setor de mineração, incluindo empresários, agentes do governo e do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), para sugerir um plano entre os dois países para a exploração dos minerais.  

Além das reservas de ETRs, o Brasil tem abundância de nióbio, grafite, níquel, lítio, cobre e cobalto, também considerados estratégicos para os rumos da economia global. 

O que são os Elementos Terras Raras 

Apesar do nome, as terras raras são abundantes. A expressão está mais relacionada ao processo de extração e separação do que à escassez. 

Essenciais na fabricação de turbinas eólicas, motores de veículos elétricos e equipamentos eletrônicos, ETRs são um conjunto de 17 elementos químicos encontrados em baixas concentrações, que demandam um complexo processo de extração e separação até se tornarem ligas e ímãs permanentes – produto final mais utilizado pela indústria na transição energética.  

No caso das Terras Raras, a China detém cerca de 40% das reservas e 70% da produção, hegemonia conquistada a partir dos anos 2000, mas com investimentos que começaram há 40 anos. Quando se trata da fabricação de ímãs a partir de ETRs, especificamente, o monopólio asiático ultrapassa 90%.

O Brasil tem a segunda maior reserva (19%), mas apenas 0,02% da produção mundial: 80 toneladas das 350 mil produzidas em todo o mundo. Projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apontam que a demanda pelos ETRs no país deve crescer 6 vezes entre 2024 e 2034, saltando de cerca de 1 mil toneladas para mais de 6 mil.

“O mundo começou a olhar mais para esses elementos por questões geopolíticas, de garantia do fornecimento de matéria prima, e por causa da mobilidade elétrica e das energias renováveis. Com o Acordo de Paris, a eletrificação da frota e a energia eólica passaram a ser vistas como estratégias para redução das emissões”, explicou André Pimenta de Faria para a Agência de Notícias da Indústria. Faria coordena o laboratório-fábrica de ímãs de terras raras, que integra o Instituto SENAI de Inovação em Processamento Mineral, em Minas Gerais. 

Iniciativas brasileiras

Em operação no laboratório de Lagoa Santa (MG), a maior planta-piloto de produção de ímãs permanentes da América do Sul tem potencial para produzir 100 toneladas por ano. A fábrica vai processar a liga de neodímio  – um dos elementos terras raras –, ferro e boro para produção dos ímãs. 

O Instituto SENAI e outras seis instituições de pesquisa e tecnologia se juntaram a 28 empresas para implementar o ciclo completo de produção nacional, da extração e refino dos elementos até a produção final e reciclagem de ímãs. 

O MagBras foi um dos três projetos aprovados na última chamada de Projetos Estruturantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) com a Fundação de Apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (Fundep), no escopo do Programa Mover. O investimento é de R$ 73,3 milhões, sendo R$ 60 milhões do Mover e R$ 13,3 milhões de contrapartida das empresas.  

Das 28 empresas, participam startups e companhias de diferentes setores, incluindo WEG, Stellantis, Iveco Group, Vale, Mosaic e Schulz; além do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT); o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem); a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); e os Institutos SENAI de Inovação em Processamento Mineral (MG), Processamento a Laser (SC), Sistemas de Manufatura (SC) e Manufatura Avançada (SP). Reunir diferentes atores da cadeia e instituições de pesquisa referência na área é considerado um grande diferencial do projeto. 

Além da concorrência com outros países que dominam a tecnologia e os investimentos, André Pimenta de Faria destacou a contratação de profissionais como um dos maiores desafios. O conhecimento ainda está concentrado na academia, com mestres e doutores, e são necessários especialistas e técnicos para trabalhar na operação na planta.

Como ímãs de terras raras impulsionam a transição energética

Segundo José Luciano de Assis, gerente de Tecnologia e Inovação do CIT-SENAI, os ímãs de terras raras são importantes produtos na transição energética pelo forte poder de magnetismo. São ímãs especiais que compõem motores elétricos, aerogeradores para a energia eólica e outros componentes eletrônicos, como, por exemplo, sensores, microchips e placas eletrônicas. Isso explica o motivo de integrarem a cadeia de descarbonização. 

“Os ímãs são parte importante de um motor elétrico. Um motor elétrico está dentro de um carro elétrico ou de algum equipamento estacionário que gera energia a partir de motores elétricos. Então, por exemplo, um carro elétrico hoje tem de 30, 50 quilos de ímãs permanentes de terras raras na sua composição. É importante as pessoas entenderem que esse imã tem propriedades muito mais poderosas, diferente daquele ímã de geladeira”, explica José Luciano.

De acordo com o gerente de TI, como primeiro produtor de ímãs permanentes no Hemisfério Sul, o MagBras tem potencial amplo e global. 

“A gente tem condição de mostrar para o mundo que somos capazes de produzir um elemento e um produto importante para o processo de transição energética. Isso vai abrir um leque de política industrial, de negociações de outras naturezas que não técnicas para oportunidades de negócio no Brasil. Você imagine no futuro nós termos investidores industriais produzindo aqui no Brasil esses ímãs e vendendo para o mundo inteiro?”, diz o gerente.
 

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28/07/2025 01:00h

Com formações gratuitas e alinhadas às demandas do setor produtivo, entidade reforça oportunidades em todo o país. Ceará, Paraná e São Paulo lideram em número de vagas

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O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) está com 53.193 vagas abertas para jovens aprendizes, em todo o Brasil, no segundo semestre de 2025. As oportunidades, oferecidas de forma gratuita, abrangem diversas áreas industriais, como Logística, Análise de Dados, Construção Civil, Eletromecânica, Tecnologia da Informação, Têxtil e Vestuário. Os cursos têm foco na formação profissional aliada à experiência prática em empresas, permitindo que os jovens ingressem no mercado de trabalho com qualificação técnica.

“O SENAI sempre busca oferecer os seus cursos alinhados à demanda do setor produtivo e na aprendizagem não é diferente. As indústrias buscam o SENAI para a oferta de cursos customizados à necessidade da indústria”, explica Felipe Morgado, superintendente de Educação Profissional e Superior da instituição.

A iniciativa acontece em um momento histórico para a aprendizagem profissional no Brasil. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, entre janeiro e maio de 2025, foram contratados mais de 664 mil jovens aprendizes, o maior número registrado desde a última atualização na legislação em 2000. O SENAI contribuiu com esse avanço, com mais de 192 mil matrículas na aprendizagem industrial no período.

Para Morgado, o modelo da aprendizagem é “o estado da arte da educação profissional”, já que une formação técnica e vivência prática na indústria. “Além de estudar, ele [o aluno] está sendo remunerado para estudar e para trabalhar. Isso o ajuda a ter uma profissão, adquirir uma experiência e se destacar depois da conclusão do programa de aprendizagem”, afirma.

Desde o início da formação, os alunos têm acesso a metodologias modernas de ensino, com aulas realizadas em ambientes simulados e laboratórios de ponta, além de plantas didáticas que espelham os processos reais da indústria. O modelo alia teoria e prática e permite que o jovem se desenvolva com foco no trabalho e na carreira.

Segundo o especialista, cerca de 90% dos jovens que concluem o programa são contratados, o que evidencia o impacto positivo da iniciativa. “A aprendizagem profissional é um acesso rápido ao mercado de trabalho industrial e também um desenvolvimento da sua carreira e do seu projeto de vida, uma vez que ele se forma e ao mesmo tempo está se formando, ele está trabalhando”, pontua.

Jovem Aprendiz: destaques regionais

Alguns estados se destacam pelo número de vagas e pela diversidade de áreas de formação:

  • São Paulo lidera em números absolutos, com 6.228 vagas. As oportunidades estão distribuídas entre áreas como Manutenção de Sistemas Metroferroviários, Projetista de Estampas de Corte e Mecânico de Bombas.
  • O Paraná oferece 5.044 vagas, com destaque para Montador de Chicote Elétrico Automotivo, Análise de Dados e Preparador de Máquina Injetora e Extrusora de Plástico.
  • O Rio de Janeiro aparece logo atrás, com 4.802 vagas, incluindo Soldador de Estruturas Metálicas e Planejamento e Controle da Produção.
  • No Nordeste, o Ceará concentra o maior número de vagas: 2.702. Há oportunidades para jovens atuarem como Mecânico de Máquinas Industriais, Costureiro Industrial e Confeccionador de Calçados.
  • O Rio Grande do Sul disponibiliza 4.056 vagas para formações em áreas como Desenvolvimento Mobile Android, Eletromecânico de Equipamentos de Siderurgia e Operador de Sistemas Automatizados.
  • No Centro-Oeste, Goiás se destaca, com 3.369 vagas para Mecânico de Máquinas Industriais, Assistente de Controle de Qualidade, Instalador Hidráulico, Modelador Digital de Edificações e Auxiliar de Laboratórios.

Outros estados também registram números expressivos de oportunidades: Santa Catarina (3.687 vagas), Minas Gerais (2.333), Rondônia (2.345) e Bahia (1.440).

Jovem Aprendiz: como participar

As vagas são direcionadas a jovens entre 14 e 24 anos, conforme previsto na Lei da Aprendizagem Profissional. Para participar, os interessados devem procurar o SENAI de seus respectivos estados, onde poderão obter informações sobre os cursos, os critérios de seleção e o início das turmas.

A iniciativa reforça o compromisso do SENAI com a formação de mão de obra qualificada, estimulando o ingresso dos jovens no mercado de trabalho formal e contribuindo para o desenvolvimento da indústria brasileira.

“O programa de aprendizagem pode ajudar tanto as empresas, na sua estratégia de desenvolvimento de capital humano, quanto também ajudar o jovem, na escolha da sua profissão. Então, é uma ótima oportunidade, uma alternativa de sucesso e de futuro”, destaca Morgado.

Para mais informações e inscrições, acesse o site ou entre em contato com o SENAI do seu estado.

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