O governador do Amapá, Clécio Luís, anunciou que a atividade mineral será retomada em uma mina de menor porte, localizada em Pedra Branca do Amapari, com capacidade inicial de produção de 1 milhão de toneladas. Em videoconferência com executivos e diretores da DEV Mineração no último dia 12 de dezembro, ficou acertado que inicialmente o Projeto Ferro Amapá no Brasil irá englobar mina, ferrovia e porto e prevê novos investimentos para reativar a produção de minério de ferro, paralisada desde 2019 após um processo de recuperação judicial. A retomada marca o retorno da principal atividade econômica de Pedra Branca e dos empregos, com o compromisso de adotar técnicas sustentáveis na operação e na produção do minério. “Há seis anos estamos sem essa atividade mineral, que é muito importante para o Amapá. Estamos criando as condições para que o município volte a se desenvolver, para que Pedra Branca retome a mineração e volte a ser um município pujante, vibrante e feliz. Este é um projeto grande, que vai se agigantar ainda mais nos próximos cinco anos e que, sem dúvida, vai mudar a realidade do estado”, destacou Clécio Luís.
Serão captados US$ 6 milhões na Bolsa de Londres, o que irá garantir os recursos necessários para reiniciar as operações da mina Azteca, de menor porte. Para a retomada completa do projeto e a produção plena, o investimento previsto é de US$ 200 milhões, a longo prazo. Ainda assim, as duas metas - a reativação inicial e o avanço rumo à operação total - têm previsão de início já em 2026.
O município de Pedra Branca já recebeu o primeiro repasse referente ao acordo de compensações socioambientais firmado entre o Governo do Amapá e a DEV Mineração, com um pagamento inicial de R$ 5 milhões. A transferência já foi autorizada após homologação judicial e integra um pacote financeiro que totaliza R$ 10 milhões em benefícios diretos para a cidade, sede da planta de mineração e beneficiamento. “Para nós, essa contrapartida é parte de um investimento que não está atrelado somente ao lucro, mas à contribuição efetiva com a comunidade. Agradecemos ao governador e ao prefeito por permitirem construir esse acordo que, para nós, não entra como despesa, mas como investimento social essencial ao projeto”, afirmou Washington Pimentel, advogado dos investidores. O prefeito de Pedra Branca, Marcelo Pantoja, afirmou que a medida já trouxe alívio para a população, garantindo um Natal mais tranquilo e com alimento na mesa. “E nós também temos uma grande preocupação não apenas em resolver o salário de hoje, mas em garantir o emprego futuramente. Queremos dar ao município essa dignidade, para que os trabalhadores tenham seu próprio salário”, disse Pantoja durante a videoconferência.
O acordo começou a ser articulado pelo Governo do Amapá no final de 2024, quando o estado assumiu a mediação das pendências originadas ainda no período da antiga operação minerária ligada ao grupo de Eike Batista (EBX). Para o diretor-presidente da Agência Amapá, Wandenberg Pitaluga Filho, o resultado sinaliza a resolução de um passivo histórico e inaugura um novo ciclo para Pedra Branca e para o setor mineral. “Esse acordo encerra um passivo antigo e garante que Pedra Branca receba uma compensação justa e em um excelente momento. É o resultado de um trabalho iniciado no ano passado e que agora se traduz em benefícios concretos para a população e para o ambiente de negócios do Amapá”, afirmou Wandenberg Pitaluga. Participaram da agenda o secretário de Estado da Mineração, Mamede Barbosa; a secretária de Estado do Meio Ambiente, Taísa Mendonça; a secretária de Relações Internacionais e Comércio Exterior, Patrícia Ferraz; e o ex-controlador-geral do Estado, Maurício Alencar.